sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Licença para uma noite


do poeta e amigo, Walter Zanatta Júnior

LICENÇA PARA UMA NOITE
Nessa noite me permito recordar
quem distante tem o dom de estar presente,
na bruma da saudade vive a me anuviar,
habita o espaço lírico cravado em minha mente.

Essa noite eu ouso dedicar
a quem tanto me inspira mesmo ausente.
Acolho suas palavras na tela a ecoar,
deliro na ternura criativa intensamente.

Essa noite é única, bom lembrar,
pois nada é eterno, nem a vontade da gente.
A chama mais ardente o tempo há de apagar,
 a fúria do acaso  lançará outra semente.

Essa noite me convida a  madrugar,
até que a verdade me desperte brutalmente,
imponha de repente um ser a me aturar,
me impeça de criar meu ser ingenuamente.

Essa noite lentamente irá passar.
Que adule meus sentidos, que me desoriente.
Que crave sua essência, eu hei ruminar
vestígios de uma noite, nada mais, estou ciente.
                                                               

As meias...

Dia nublado, como deve e costuma ser o Dia de Finados. Deposito-lhe flores, quero agradecer-lhe por... já não sei bem o quê, quero agradecer em palavras o que já fizera em atos, estes não percebidos por você por estar demasiadamente ocupado com o que mais gosta. Agradeço-lhe sua presença e ausência, é isto. Tenho saudade sim; acho que isso é bom, pois só sentimos saudade do que foi bom; sinto, principalmente, falta de teus pés aquecendo os meus sempre tão frios, por isso te quis comigo. Se hoje não tenho seus pés, restam-me suas meias (eis meu lado machadiano... vão-se os pés, ficam as meias). Ofereço-lhe flores, as de plástico que não morrem, agradeço-lhe as meias que hoje visto. Não são seus pés, mas já os calçaram. As visto e consigo dormir, as visto e consigo passar a noite, as visto e consigo passar os dias.

domingo, 28 de outubro de 2012

Eleições em atacado

Não sei o que foi pior na Eleição para prefeitura de São Paulo, se o uso exagerado de vozes (canções) infantis para ridicularizar o adversário político ou se o fato de ridicularizarem um ao outro nos impediu de saber melhor as metas de cada candidato. Mas eis que chegou a grande dia, não há Datafolha, Ibope ou qualquer outra destas que nos tire a ansiedade.
Faz 2º turno também minha querida Londria: Alexandre Kireeff e Marcelo Belinati; santo Dio, os belinatis querem fazer sua saga na prefeitura?
Quanto as demais cidades que costumo acompanhar, bem... Osasco foi um rolo só, Giglio foi impugnado, recorreu, concorreu e não levou (TSE indeferiu recurso do candidato e seu votos não foram nem somados, entraram para lista dos nulos). Assume, então, o engenheiro Lapas (PT)... e vamos ver.
Já em Fronteira, muitos candidatos (90 só para vereador) para uma cidade tão pequena (cerca de 15 mil habitantes). Narciso levou (48% dos votos), em 2º meu amigo Marcelo Passuelo (46,77%). Eleição apertadíssima e também parece que envolta de muita trambicagem (como compra de votos), o que seria mais uma grande vergonha para uma pequena cidade; vale lembrar que em 2011 os vereadores foram presos a pedido do MPE por desvio de dinheiro público. Que sejam apurados: eleição atual e desvios da grana que é do e para o povo.

5ª Jornada de Letras da FNC: agradecimentos

Tivemos de 22 a 26 de outubro a 5ª Jornada de Letras e ela só foi possível por um conjuntos de esforços. Deste modo, agradeço as turmas que puderam fazer dela um sucesso; em especial as turmas de Letras (matutino e noturno) e Pedagogia (matutino) presentes em minha palestra sobre Jorge Amado. Crianças das Letras (manhã), adorei as apresentações de vocês, arrasaram! 
Agradeço também as turmas de Logística, Administração e Tecnologia da Informação que de forma indireta contribuíram para minha palestra "Linguagem no futebol"; e também aos alunos de Educação Física que a foram ouvir. 
Também não posso deixar agradecer duas amigas: prof. mestre Luciane dos Santos e a jornalista Talita Mochuite por palestrarem respectivamente: "(Hiper) mediação da leitura: do livro ao computador, do computador ao livro" e "A obra de Samuel Beckett". Valeu queridas!
Obrigada acrescento aqui aos demais amigos-professores que engrandeceram a jornada: Allan Rangel, Cibele Verrangia, Pedro Paulo Bogossian e Ediney Gusmão.
Por fim, agradeço ao pessoal do marketing, coordenação (principalmente a de Letras, prof. Valdir Luiz Lopes) e direção.

Abraço a todos!
Profª Juliana Figueiredo.



segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Palhaça idealista

Alguns amigos me chamam de idealista. Penso que sou, não há como ser professor neste país sem ser idealista. Confesso, sou!!

Professor é aquele que não nivela seus alunos por baixo, mas começa por baixo, pois até que eu saiba nenhuma construção se começa pelo topo (ou pelo meio, que seja). Toda construção se inicia, me desculpem o pleonasmo, pelo início. E quando digo início, não é térreo, falo de base, pois é pelo alicerce que se tem construções sólidas.
Deste modo, se começássemos uma construção pelo térreo, talvez até chegássemos a ter o primeiro ou mesmo segundo andar, mas não seríamos muito mais felizes que isto. Professor começa pelo alicerce, pois não culpa o aluno pelo conhecimento que não tem e deveria ter. Professor não finge (ou pelo menos não deveria fingir) que o aluno sabe o que não sabe; não vira as costas para que cada um de seus alunos corra atrás do tempo perdido. Professor acredita no “antes tarde do que nunca”, encara a realidade e ajuda na construção deste alicerce, pois com esta fundação sólida a certeza do sucesso de seus alunos.
E se o Google presta hoje homenagem ao cartunista norte-americano (e não ao professor), não tem problema, é como diz o professor Alamir, no fundo somos todos palhaços (e acrescento... amamos o que fazemos, dar aulas!).

Parabéns professores!

****

Gostaria de cumprimentar minha primeira professora: minha mãe, que com seu quarto ano primário ensinava-me montar palavras e somar números. Também minha professora do pré, Alice (escolinha Turma da Mônica, em Osasco); aos do ensino fundamental, em especial a Dona Áurea (profª da 1ª série), senhora dócil e calma, pegava em minha mão para que eu escrevesse as primeiras frases (EEPSG João Larizzatti, também em Osasco);  aos do ensino médio (EE João Kopke, Fronteira/MG), em especial aos professores Miriam e Toninho (ambos de matemática), Selminha (inglês) e Renato (história); aos da graduação (UEL, Londrina/PR), em especial: Alamir e Eduardo (orientadores), e Regina Correa, Telma Gimenez e Rosalita (quem diria, inglês na minha lista!!) ; e aos atuais da FFLCH/USP, especialmente  a Aurora (orientadora) e Iannace (coorientador e prof. da FATEC).
Muito obrigada a todos vocês!

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Top musicais

A Nova Brasil FM em sintonia...


  • Vanessa da Mata
    As palavras
  • 02
    Zélia Duncan
    Telhados de Paris
  • 03
    Maria Gadú
    Linha Tênue
  • 04
    Isabella Taviani
    A Canção que Faltava
  • 05
    Zeca Baleiro
    Calma Aí Coração

sábado, 1 de setembro de 2012

Ontem foi agosto

A vida não tem nem é receita. Não podemos dizer "ponha sal a gosto". As vezes ela está sem sal mesmo, toda sem gracinha; outras, parece que caiu o saleiro inteiro nela.

Agosto, a agoto das canções, sempre tão indiscretas, reveladoras, despropositais, tão cheias de sentido, tão tocadas e lembradas na hora errada (ou certa?).

Repertórios a gosto em agosto:

"É incrível, nada desvia o destino, hoje tudo faz sentido e há ainda tanto a aprender. E a vida tão generosa comigo veio de amigo a amigo me apresentar a você" ("Monalisa", Jorge Vercillo).

"E era um cão vagabundo e uma onça pintada (...). Foi mistério e segredo e  muito mais, foi divino brinquedo e muito mais, se amar como dois animais..."("Como dois animais", Alceu Valença).

"O que eu quero é que ela quebre a minha rotina, que fique comigo e deseje me amar..." ("Blá, blá, blá", Lobão).


Canções racionais:
"É só isso, não tem mais jeito, acabou, boa sorte (...). Há um desencontro, veja por este ponto" ("Boa sorte", Vanessa da Matta e Ben Harper)

"Eu não quero guerra, jogo, azar e mágoa, mas a gente é terra fogo, ar e água" ("Perdoa", Pedro Mariano).

No entanto, nem tudo (ou quase nada) é razão:
"Eu mudaria até o meu nome, eu viveria e greve de fome, desejaria todo dia: O MESMO HOMEM!" ("Por você", Barão Vermelho)

"Mas o pior não é não conseguir, é desistir de tentar (...). E se o tempo levar você e um dia eu te olhar e não te reconhecer; e se o romance se destruir, perder sentido e eu me esquecer por aí. Mas nós somos um quandro de Klimt: 'O beijo' para sempre fagulhado em cores. Resistindo a tudo, seremos dois velhos felizes de mãos dadas numa tarde de sol pra sempre" ("Te amo", Vanessa da Matta)

"As palavras saem quase sem querer, rezam por nós dois. Tome conta do que vai dizer. Elas estão dentro dos meus olhos, da minha oca, dos meus ombros. Se quiser ouvir é fácil perceber. Escolha os versos para ser meu bem e não ser meu mal. Reabilite o meu coração" ("Palavras", Vanessa da Matta).

"Amor, meu grande amor, não chegue na hora marcada. Assim como as canções, como as paixões e as palavras (...), pois tudo o que eu ofereço é meu calor, meu endereço, a vida do teu filho desde o fim até o começo..." ("Amor, meu grande amor", Barão vermelho).

Enfim:

"Coração sabe em que direção que seguir na longa estrada, nada, nada, brilha como os olhos de quem ama e chama, inflama o dia, importa a poesia, falta a canção" ("Último post", Zeca Baleiro).

Desligo o rádio.

domingo, 12 de agosto de 2012

Pai... como é grande o meu amor por você!!

Meu gordo lindo,



Eu tenho tanto prá lhe falar
Mas com palavras não sei dizer
Como é grande o meu amor por você...

E não há nada prá comparar
Para poder lhe explicar
Como é grande o meu amor por você...

Nem mesmo o céu, nem as estrelas
Nem mesmo o mar e o infinito
Nada é maior que o meu amor, nem mais bonito...

Me desespero a procurar
Alguma forma de lhe falar
Como é grande o meu amor por você...

Nunca se esqueça nem um segundo
Que eu tenho o amor maior do mundo
Como é grande o meu amor por você...


Mas como é grande o meu amor por você!..

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Oração para aviadores (Manuel Bandeira)


Santa  Clara, clareai
Estes ares.
Dai-nos ventos regulares,
De feição,
Estes mares, estes ares Clareai.

Santa clara, dai-nos sol.
Se baixar a cerração,
Alumiai
Meus olhos na cerração.
Estes montes e horizontes
Clareai.

Santa clara, no mau tempo.
Sustentai
Nossas asas.
A salvo de árvores, casas,
E penedos, nossas asas
Governai.

Santa Clara,  clareai.
Afastai
Todo risco
Por amor de São Francisco,
Vosso mestre, nosso pai,
Santa  Clara, todo risco
Dissipai.

Santa Clara, clareai.

Foto: Esquadrilha da fumaça, Londrina (2007, se não me engano); foto tirada por mim.

Obs.: Bandeira pelo jeito era mais um apaixonado por aviação, por isso resolvi postar em homenagem ao 139º aniversário de Alberto Santos Dumont este poema. Espero que curtam. bJu.

sábado, 23 de junho de 2012

Definitivamente... vou-me embora para Pasárgada

Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho o homem que eu quero
Na cama que escolherei

Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
(...)
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansada
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d'água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menina
Mamãe vinha me contar

Vou-me embora pra Pasárgada
Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
(...)
Tem homens bonitos
Para a gente namorar
E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar

— Lá sou amigo do rei —
Terei o homem que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.

                            Juliana Manuela Bandeira Figueiredo

********
Viva Pasárgada! Viva Manuel Bandeira!

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Pot-pourri de rezas I

(ou orações contra os invejosos)

 “Deus me proteja da sua inveja
Deus me defenda da sua macumba
Deus me salve da sua praga
Deus me ajude da sua raiva
Deus me imunize do seu veneno
Deus me poupe do seu fim” (Rita Lee – Reza)

 “Pai nosso que estais no céu
Santificado seja Vosso nome (...)
Perdoai nossas ofensas
Assim como nós perdoamos a quem nos
Tem ofendido (...)
Livrai-nos de todos os males, amém”

**********
obs.: fazer ou não fazer dedicatória?

Pot-pourri de rezas II

(ou orações de livramento)

Eu até
adoraria, eu adoraria
Saber o percurso da tua boca à minha
Eu adoraria, eu adoraria
Ter de noite e de dia” (Filipe Catto – Adoração)
Mas me ajoelho e
“eu peço proteção
Não é pra fugir do ladrão
Nem pra me esconder na igreja
Eu quero é que Deus nos proteja
Das dores do coração” [
Miltinho Edilberto (cantada por Maria Gadu) – Meu anjo de guarda noturno].
“Deus me perdoe por querer
Que Deus me livre e guarde de você”
(Rita Lee – Reza)
***********

Adoração, Filipe Catto: http://www.youtube.com/watch?v=wZLfyoshMH0&feature=fvwrel
Reza, Rita Lee: http://www.youtube.com/watch?v=pmOrZ5hvcoE
Anjo de guarda noturno, Maria Gadú: http://www.youtube.com/watch?v=913pBJp5AXM

terça-feira, 22 de maio de 2012

Telhados de Paris

Linda canção "Telhados de Paris" (de Nei Lisboa) na voz de Zélia Duncan; me lembrei da Má (amiga-irmã, Maristela Zanin) que ama balé, MPB e acho que também Paris, rs (como não amar Paris? Perfeita seria se não houvesse os parisienses; é o mesmo que ocorre com Curitiba, salva as exceções, é claro).
Espero que curta, Má:
Venta, ali se vê
Aonde o arvoredo inventa um ballet
(...)
Telhados de Paris
Em casas velhas, mudas
Em blocos que o engano fez aqui
Mas tem no outono uma luz
Que acaricia essa dureza cor de giz

Essa outra parte da canção:
Eu tenho os olhos doidos doidos doidos doidos, já vi
Meus olhos doidos doidos doidos são doidos por ti
ofereço a outra pessoa (não vai dar pra oferecer para você, Má; por questões óbvias).




Para aqueles que quiserem ouvi-la na voz do próprio Nei Lisboa:
http://www.youtube.com/watch?v=I559s7HiP4U


foto: Juliana Figueiredo, julho 2011.

domingo, 13 de maio de 2012

Dolce Maria, minha mãe linda!

Minha mãe, minha dolce Maria,
te amo, minha mãe linda!!
Palavras não são suficientes para expressar todo amor que tenho pela senhora...
Te amo! Te amo!

Eis aí uma canção...

Dolce Maria, dimentica i fiori
Dipinti dal tempo, sopra il tuo viso,
E gli anni andati via seduta ad aspettare una lunga, lunga via
Nessuna da incontrare...ohhh
Non voltarti più
E il giorno arriverà vestito di poesia
Ti parlerà di sogni che non ricordavi più,
E ti benedirà Dolcissima Maria.
Dolce Maria, dagli occhi puliti
Dagli occhi bagnati è tempo di andare:
E presto sentirai profumo di mattino
E il tordo canterà volandoti vicino...ohhh
Non voltarti più.
E qualcuno se vorrai vestito di poesia
Ti coprirà d'amore senza chiederti di più
E t'accarezzerà Dolcissima Maria

Confiram o vídeo:

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Liberté, Paul Éluard

Acordaria todo dia vendo: "Liberté"...

(…)

Sur toutes les pages lues
Sur toutes les pages blanches
Pierre sang papier ou cendre
J'écris ton nom
(…)
Sur chaque bouffée d'aurore
Sur la mer sur les bateaux
Sur la montagne démente
J'écris ton nom
Sur la mousse des nuages
Sur les sueurs de l'orage
Sur la pluie épaisse et fade
J'écris ton nom
Sur les formes scintillantes
Sur les cloches des couleurs
Sur la vérité physique
J'écris ton nom

(...)
Sur le fruit coupé en deux
Du miroir et de ma chambre
Sur mon lit coquille vide
J'écris ton nom
(…)
Sur toute chair accordée
Sur le front de mes amis
Sur chaque main qui se tend
J'écris ton nom

Sur la vitre des surprises
Sur les lèvres attentives
Bien au-dessus du silence
J'écris ton nom

(...)

Sur la santé revenue
Sur le risque disparu
Sur l'espoir sans souvenir
J'écris ton nom

Et par le pouvoir d'un mot
Je recommence ma vie
Je suis né pour te connaître
Pour te nommer

Liberté.

Paul Éluard

domingo, 6 de maio de 2012

O fantástico nada convencional

Virada cultural acontecendo em Sampa e eu tentando dar uma virada pessoal, que anda nos limites do absurdo. Os tipos de fantásticos, estudo de mestrado, presentes na vida real. Se o surreal, o absurdo pertecem à literatura, não deveriam tais tipos permanecerem no âmbito da literatura? O que fazem na minha vida? Por essa nem o Tzvetan Todorov esperava, rs.
Obrigada mana e amigos!
"Sua(s) presença(s) me faz rir
Nos dias feitos pra chover
Não há revolta pra sentir
Nem há milagre pra não crer"
(canção: Pétala, de Chico César)

domingo, 22 de abril de 2012

Così celeste (Cheb Mami e Zucchero) (Milagre!)

MA-RA-VI-LHO-SO... é de arrepiar ouvir Cheb Mami e Zucchero. Cantando juntos, mostram que é possível a união de culturas tão diferentes. Palavra-chave: respeito!
Lágrimas correm de meus olhos quando os ouço nesta canção, "Cosi celeste" (Zucchero), e então percebo que na vida devemos celebrar as coisas boas, os milagres.
Parafraseando o angolano Agualusa em seu livro Milagrário pessoal: milagres acontecem a todo instante (acrescento: absurdos também). Celebremos os milagres, pois os absurdos, ou porque não são para serem entendidos mesmo ou porque são resolvidos com o tempo, por milagre, não precisam ser celebrados. 
Taí o milagre novamente, celebremos! Ele acontece em maior número, mais do que pensamos, mais do que acreditamos.

"Un altro sole, quando viene sera,
sta colorando l'anima mia
Potrebbe essere, di chi spera
Ma nel mio cuore è solo mia!
E mi fa piangere e sospirare
così celeste..."


Obs.: Essa apresentação foi feita em Londres, sorte daqueles que a presenciaram.


sábado, 21 de abril de 2012

Para O. D.: Os dez mandamentos de Cristo

1º Amar a Deus sobre todas as coisas
"Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todas as tuas forças" (Dt 6,5).
Eu O amo.

2º Não tomar seu santo nome em vão
"Não jurar nem pelo Criador, nem pela criatura, se não for com verdade, necessidade e reverência".
Quando juro por Deus e pelo meus pais, não juro em vão.

3º Guardar domingos e festas
Confesso que este mandamento não tenho cumprido, não tenho guardado o domingo para ir à igreja.
Faço minhas orações em casa.

4º Honrar pai e mãe
"Honra teu pai e tua mãe"(Dt 5.I6; Mc 7,8).
Honro. Neste blog mesmo (textos: "Pai" e "Dias das mães I").

5º Não matar
Longe de mim.

6º Não pecar contra a castidade
Não entendo muito bem este mandamento. Acho que deve ser algo: "não entregue seu corpo a qualquer um"

7º Não roubar
Nunca passou pela minha cabeça.
Velho ditado popular: "não tenho tudo que amo, mas amo tudo que tenho", ou seja, não preciso tomar nada de ninguém.

8º Não levantar falso testemunho
"Não levantarás falso testemunho contra teu próximo"( Ex 20,16).
O respeito à reputação e à honra das pessoas proíbe toda atitude ou palavra de maledicência ou calúnia. A mentira consiste em dizer o que é falso com a intenção de enganar o próximo, que tem direito à verdade.

9º Não desejar a mulher do próximo
Não cobiçar  pessoa que já tem compromisso com outra.
Não fico com homens casados.

10º Não cobiçar as coisas alheias
A inveja é a tristeza sentida diante do bem de outrem. Não tenho tal sentimento. Batalho para ter minhas coisas.


Confio em Deus. Confio que a verdade será revelada, mais cedo ou mais tarde, pode passar anos, ela será revelada. Quem busca a verdade, a verdade tem.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Não ao vampirismo!

Sempre acreditei que ninguém entra em nossas vidas por acaso... então sempre deixei que entrassem na minha vida, mas acho que andei errada. Algumas pessoas a gente não pode deixar entrar na nossa vida, porque são verdadeiros vampiros, porque é possível ver que não nos vão acrescentar nada e, as vezes, o que é pior, vão nos tomar algo: nossa alegria, nossa luz, nossa energia.
Afastemos-nos dos vampiros. Não falo de vampiros a moda Dalton Trevisan, homens sedentos por mulheres. Tampouco falo daqueles vampiros seculares, que para sobreviverem, sugam o sangue de suas vítimas. Também não falo desses vampiros novos, lindos, que por amor acabam polpando a amada do cravo de seus dentes.
Falo de vampiros "anergéticos", ou seja, sem energia e que portanto precisam de pessoas de muita energia, luz, alegria. São vampiros que buscam pessoas que emana tal energia, assim a sugam, tanto e mais... até que a pessoa sugada perca suas forças. Falo de vampiro-criptonita, quanto mais perto ficamos deste, mais perdemos energia. Lembrem-se somos super-homens e supermulheres... Nos afastemos destes vampiros antes que nos esgotem.

quinta-feira, 29 de março de 2012

Logística é música

No primeiro dia de aula, na Logística, costumo e gosto de trabalhar “Logística é música para meus ouvidos” texto de Rodrigo Acras que escreve para a revista Mundo Logística. O engenheiro em comento escreve muito bem as suas matérias, mas é com tal texto que ele me parece ter sido mais feliz, pois relaciona brilhantemente seu trabalho com músicas, com o rock.
Como sempre digo para minhas crianças (meus alunos são crianças para mim), toda profissão tem seus altos e baixos, seu lado positivo e negativo; tem dia que estamos no paraíso e tantos outros, não. Reitero, não se escolhe uma profissão por estatística de mercado. Logística está em alta, Letras não. Isto não deve ser fator preponderante para escolher ser um tecnólogo em Logística ou para deixar de querer ser um professor. Deve-se considerar o amor, a paixão. Amar aquilo que faz é primordial para seguir mesmo quanto tudo parece estar em caos. Foi o que gostei no texto do Acras, ele mostra que é apaixonado por aquilo que faz.
Voltando ao primeiro dia de aula na Log. B, 1º semestre, noturno. Meus alunos ficaram incumbidos de fazer uma produção semelhante a de Rodrigo Acras, ou seja, deveriam me relatar histórias de amor à Logística, relacionando as com música, não necessariamente rock, mas no estilo que lhes agradassem; e foram tantos os gêneros... sertenejo, MPB, pagode, samba, até punk! “Log. é punk” (em todos os sentidos) concluiu o aluno Alexandre M. Alves. Para outro aluno, diretor de escola de samba, que agora deveria estar no 4º semestre, log. provavelmente seja um carnaval... um mundo de fantasias, um samba enredo para ser cantado em alto e bom tom no sambódromo paulistano. Mas isso não vem ao caso agora...
Foram vários os textos que me chamaram a atenção, meus alunos são lindos e criativos, mas foi o do Jorge Luiz (só faltou o sobrenome Borges para ser homônimo quase perfeito do escritor argentino) que se destacou, ao meu ver. Por isso resolvi postar o texto dele aqui no meu blog (com autorização dele, é claro); fiz algumas modificações (acréscimos e supressões e correções). Vejam se não é perfeito!

*****
Mais um dia de conferente

Você já teve aquela sensação de que sua vida parece perfeita a trechos de músicas? Pois bem, minha vida sempre começa desse jeito: “todos os dias quando acordo não sei o tempo que passou” (Legião Urbana), mas tenho certo, o tempo voou e eu devo estar muito atrasado.
É incrível, eu sempre acordo atrasado para o trabalho; nesta hora eu pulo da cama como um “maluco beleza” (Raul Seixas), corro até a cozinha, preparo um Toddy, sabor que alimenta, tomo um banho e saio como um desesperado para a estação Quitaúna [que fica no Mágico mundo de Oz (asco)]. Lá fico sentado, ouvindo no meu mp3 player... “ói, ói o trem, vem surgindo” (também do Raul)... vem surgindo nada!!!
É incrível, na vida real, o trem nunca chega quando a gente quer e a espera se tona uma eternidade quando se está atrasado.
Finalmente chega o bendito trem, mas como uma casa de show: lo-ta-do; nesta casa eu não gostaria de entrar, no entanto, como diz Arlindo Cruz: “o show tem de continuar” e lá vou eu. Tempos depois chego ao serviço, vejo o meu chefe com aquela cara de Ozzy a ponto de arrancar a cabeça de um morcego. Observação! O morcego nessa hora sou eu!! Então mais que de pressa, corro até meu armário, visto meu casado, pego minha prancheta e corro para o pátio, que a esta altura do campeonato, torna-se meu palco. Como um astro de rock sou cercado por uma multidão, não de lindas mulheres loucas para me arrancar um pedaço ou pedir autógrafo; sou cercado por motoristas desesperados para fazer suas entregas e receberem seus fretes (ah! Meu autógrafo é nas capas de lote). Putz, nessa hora me lembro do Tiririca, acho que ele diria: “Qualé? Qual foi? Por que tu tá nessa?”... por que amo isso, só assim.
“Olho para além do horizonte” (Roberto Carlos e Erasmo Carlos), lembro-me de que hoje é sexta-feira... “ah quando o sol se for, meu amor, hum...” (Detonautas). De repente surge o melhor som, hora de ir embora: “estamos indo de volta para casa” (Legião Urbana). Novamente vou à estação, novamente escuto a canção “ói, ói o trem”, aí eu penso: “Maluco, na vida real, o trem nunca chega quando a gente quer”.

domingo, 25 de março de 2012

Casa da Barbie...


O congresso volta a ficar cor-de-rosa!!!
Já há algum tempo, desde 2008, se não me engano, o Brasil tem aderido à campanha mundial da conscientização sobre o câncer de mama. Desse modo, vários monumentos importantes da salve, salve, pátria amada Brasil têm ficado róseo no mês de outubro, quando acontece a batalha contra a doença.
E agora não é que a dose se repete. Durante todo o mês de março, o Congresso Nacional, por conta das comemorativas sobre a mulher, volta a ter ares de casa da Barbie; passa, então, ele a ser iluminado todas às noites na cor tida como a mais representativa do feminismo.
No dia 8 de março (dia da mulher), discursa a presidenta (1): “somos 97 milhões de mulheres, ou seja, 51% da população”; “ocupamos apenas 45% das vagas de trabalho disponíveis, e continuamos recebendo menos que os homens pelo mesmo trabalho realizado. Isso tem que melhorar!”(sic); sim Dilma Rousseff, tem de melhorar!!!
Como diz Rita Lee na canção: Mulher “Sexo frágil/Não foge à luta/E nem só de cama/Vive a mulher/Por isso não provoque/É Cor de Rosa Choque”, afinal 40% das mulheres chefiam os lares brasileiros, ou seja, temos mais casas de Barbies por aí; verdadeiras casas de Barbies, dessas que nem sempre são cores-de-rosa.
********
(1) Os dicionários aceitam o uso tanto de “presidente” como “presidenta” para referenciar a Chefe de Estado, mas “presidenta”, me parece muito mais feminino, concordam?

Pronunciamento (na íntegra) à nação da Presidenta da República, Dilma Rousseff, em cadeia nacional de rádio e TV, por ocasião do Dia Internacional da Mulher: http://www2.planalto.gov.br/imprensa/discursos/pronunciamento-a-nacao-da-presidenta-da-republica-dilma-rousseff-em-cadeia-nacional-de-radio-e-tv-por-ocasiao-do-dia-internacional-da-mulher

quarta-feira, 7 de março de 2012

Minhas metades...

em "Metade", de Oswaldo Montenegro

Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio.
Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza
Que o homem que eu amo seja pra sempre amado
Mesmo que distante
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade.
Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a uma mulher inundada de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo.
(...)
Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso
Que eu me lembro ter dado na infância
Porque metade de mim é a lembrança do que fui
A outra metade eu não sei.
(...)
E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também.

* Partes em itálico, adaptações para o "eu" feminino.

Canção de cada dia

Já disse certa vez que músicas me lembram lugares, pessoas, amores; muitas falam de mim e por mim.
Algumas, só curto o ritmo; a letra às vezes não faz sentido em minha vida ou simplesmente é bobinha mesmo, ex.: “Borboleta”, escrita por Marcelo Jeneci e cantada por Zélia Duncan. O Jeneci costumo até dizer que não tem o dom de fazer letras de músicas, em compensação tem o dom da voz, que é maravilhosa.
Outras eu amo a letra, mas o ritmo parece desajeitado ou mesmo não caberia ritmo algum ali, isso porque são verdadeiros poemas, deveriam ser feitas para serem recitadas, nunca musicadas.
Muitas eu amo a junção (letra e ritmo), têm pessoas que realmente são felizes ao fazer uma bela letra num belo acompanhamento musical. Nisso sei que não estou sozinha, não é mesmo Má? E como são tantas canções amadas, não vou ficar enumerando-as aqui. Vou postando em doses homeopáticas, ok??

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Domingo

Sol de domingo unindo dois corpos
sol, chão, brilho e olhos
sombra não se vê entre portas e carros
sombra não se vê
****
Sol de domingo
improváveis amantes
sem medo de suor no calor
***
No calor, no calor
e na chuva dormindo
no calor, no calor
sob a luz dessa sombra...
***
DOMINGO

                                         Frejat

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Música de cinzas

Quarta de cinzas, o dia amanheceu lindo, talvez um sinal, fim de luto?
"Pra começar/ Dizer que o amor chegou ao fim/ Esqueça de me perguntar/ Se ainda há amor em mim"

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

É carnaval no país do futebol...

Uns vão pro nordeste, outros praia... paulista ou catarinense. Uns visitam seus filhos no interior, outros visitam seus namorados também no interior. Na TV, desfile das grandes escolas, Sampa e Rio. Quais as melhores? Nem sei, não assisti aos desfiles, nem pela TV. Sei que os temas foram variados e pelos noticiários até parecem interessantes, mas neste carnaval preferi o casulo ao sambar por aí, a saber o que acontece na grande festa popular. Deixei até mesmo de ser repórter por quatro noites; eu nos bastidores do carnaval em Icém, hum... seria mesmo ótimo, mas... meu canto, como estava com saudade disso. Levantar cedo com os raios de sol entrando pela janela. Tem maneira melhor de se despertar?? Tem, tem, mas tirando esta outra maneira, a moda raios de sol é a melhor. É carnaval no país do futebol, enquanto uns voltam do nordeste, das praias, uns caminham para o sambódromo para torcer por suas respectivas escolas; outros escrevem a primeira matéria do ano em seu blog, dá um gole na sua cerveja preta e pensa: Pulemos o carnaval para o ano começar.