quinta-feira, 29 de março de 2012

Logística é música

No primeiro dia de aula, na Logística, costumo e gosto de trabalhar “Logística é música para meus ouvidos” texto de Rodrigo Acras que escreve para a revista Mundo Logística. O engenheiro em comento escreve muito bem as suas matérias, mas é com tal texto que ele me parece ter sido mais feliz, pois relaciona brilhantemente seu trabalho com músicas, com o rock.
Como sempre digo para minhas crianças (meus alunos são crianças para mim), toda profissão tem seus altos e baixos, seu lado positivo e negativo; tem dia que estamos no paraíso e tantos outros, não. Reitero, não se escolhe uma profissão por estatística de mercado. Logística está em alta, Letras não. Isto não deve ser fator preponderante para escolher ser um tecnólogo em Logística ou para deixar de querer ser um professor. Deve-se considerar o amor, a paixão. Amar aquilo que faz é primordial para seguir mesmo quanto tudo parece estar em caos. Foi o que gostei no texto do Acras, ele mostra que é apaixonado por aquilo que faz.
Voltando ao primeiro dia de aula na Log. B, 1º semestre, noturno. Meus alunos ficaram incumbidos de fazer uma produção semelhante a de Rodrigo Acras, ou seja, deveriam me relatar histórias de amor à Logística, relacionando as com música, não necessariamente rock, mas no estilo que lhes agradassem; e foram tantos os gêneros... sertenejo, MPB, pagode, samba, até punk! “Log. é punk” (em todos os sentidos) concluiu o aluno Alexandre M. Alves. Para outro aluno, diretor de escola de samba, que agora deveria estar no 4º semestre, log. provavelmente seja um carnaval... um mundo de fantasias, um samba enredo para ser cantado em alto e bom tom no sambódromo paulistano. Mas isso não vem ao caso agora...
Foram vários os textos que me chamaram a atenção, meus alunos são lindos e criativos, mas foi o do Jorge Luiz (só faltou o sobrenome Borges para ser homônimo quase perfeito do escritor argentino) que se destacou, ao meu ver. Por isso resolvi postar o texto dele aqui no meu blog (com autorização dele, é claro); fiz algumas modificações (acréscimos e supressões e correções). Vejam se não é perfeito!

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Mais um dia de conferente

Você já teve aquela sensação de que sua vida parece perfeita a trechos de músicas? Pois bem, minha vida sempre começa desse jeito: “todos os dias quando acordo não sei o tempo que passou” (Legião Urbana), mas tenho certo, o tempo voou e eu devo estar muito atrasado.
É incrível, eu sempre acordo atrasado para o trabalho; nesta hora eu pulo da cama como um “maluco beleza” (Raul Seixas), corro até a cozinha, preparo um Toddy, sabor que alimenta, tomo um banho e saio como um desesperado para a estação Quitaúna [que fica no Mágico mundo de Oz (asco)]. Lá fico sentado, ouvindo no meu mp3 player... “ói, ói o trem, vem surgindo” (também do Raul)... vem surgindo nada!!!
É incrível, na vida real, o trem nunca chega quando a gente quer e a espera se tona uma eternidade quando se está atrasado.
Finalmente chega o bendito trem, mas como uma casa de show: lo-ta-do; nesta casa eu não gostaria de entrar, no entanto, como diz Arlindo Cruz: “o show tem de continuar” e lá vou eu. Tempos depois chego ao serviço, vejo o meu chefe com aquela cara de Ozzy a ponto de arrancar a cabeça de um morcego. Observação! O morcego nessa hora sou eu!! Então mais que de pressa, corro até meu armário, visto meu casado, pego minha prancheta e corro para o pátio, que a esta altura do campeonato, torna-se meu palco. Como um astro de rock sou cercado por uma multidão, não de lindas mulheres loucas para me arrancar um pedaço ou pedir autógrafo; sou cercado por motoristas desesperados para fazer suas entregas e receberem seus fretes (ah! Meu autógrafo é nas capas de lote). Putz, nessa hora me lembro do Tiririca, acho que ele diria: “Qualé? Qual foi? Por que tu tá nessa?”... por que amo isso, só assim.
“Olho para além do horizonte” (Roberto Carlos e Erasmo Carlos), lembro-me de que hoje é sexta-feira... “ah quando o sol se for, meu amor, hum...” (Detonautas). De repente surge o melhor som, hora de ir embora: “estamos indo de volta para casa” (Legião Urbana). Novamente vou à estação, novamente escuto a canção “ói, ói o trem”, aí eu penso: “Maluco, na vida real, o trem nunca chega quando a gente quer”.

domingo, 25 de março de 2012

Casa da Barbie...


O congresso volta a ficar cor-de-rosa!!!
Já há algum tempo, desde 2008, se não me engano, o Brasil tem aderido à campanha mundial da conscientização sobre o câncer de mama. Desse modo, vários monumentos importantes da salve, salve, pátria amada Brasil têm ficado róseo no mês de outubro, quando acontece a batalha contra a doença.
E agora não é que a dose se repete. Durante todo o mês de março, o Congresso Nacional, por conta das comemorativas sobre a mulher, volta a ter ares de casa da Barbie; passa, então, ele a ser iluminado todas às noites na cor tida como a mais representativa do feminismo.
No dia 8 de março (dia da mulher), discursa a presidenta (1): “somos 97 milhões de mulheres, ou seja, 51% da população”; “ocupamos apenas 45% das vagas de trabalho disponíveis, e continuamos recebendo menos que os homens pelo mesmo trabalho realizado. Isso tem que melhorar!”(sic); sim Dilma Rousseff, tem de melhorar!!!
Como diz Rita Lee na canção: Mulher “Sexo frágil/Não foge à luta/E nem só de cama/Vive a mulher/Por isso não provoque/É Cor de Rosa Choque”, afinal 40% das mulheres chefiam os lares brasileiros, ou seja, temos mais casas de Barbies por aí; verdadeiras casas de Barbies, dessas que nem sempre são cores-de-rosa.
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(1) Os dicionários aceitam o uso tanto de “presidente” como “presidenta” para referenciar a Chefe de Estado, mas “presidenta”, me parece muito mais feminino, concordam?

Pronunciamento (na íntegra) à nação da Presidenta da República, Dilma Rousseff, em cadeia nacional de rádio e TV, por ocasião do Dia Internacional da Mulher: http://www2.planalto.gov.br/imprensa/discursos/pronunciamento-a-nacao-da-presidenta-da-republica-dilma-rousseff-em-cadeia-nacional-de-radio-e-tv-por-ocasiao-do-dia-internacional-da-mulher

quarta-feira, 7 de março de 2012

Minhas metades...

em "Metade", de Oswaldo Montenegro

Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio.
Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza
Que o homem que eu amo seja pra sempre amado
Mesmo que distante
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade.
Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a uma mulher inundada de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo.
(...)
Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso
Que eu me lembro ter dado na infância
Porque metade de mim é a lembrança do que fui
A outra metade eu não sei.
(...)
E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também.

* Partes em itálico, adaptações para o "eu" feminino.

Canção de cada dia

Já disse certa vez que músicas me lembram lugares, pessoas, amores; muitas falam de mim e por mim.
Algumas, só curto o ritmo; a letra às vezes não faz sentido em minha vida ou simplesmente é bobinha mesmo, ex.: “Borboleta”, escrita por Marcelo Jeneci e cantada por Zélia Duncan. O Jeneci costumo até dizer que não tem o dom de fazer letras de músicas, em compensação tem o dom da voz, que é maravilhosa.
Outras eu amo a letra, mas o ritmo parece desajeitado ou mesmo não caberia ritmo algum ali, isso porque são verdadeiros poemas, deveriam ser feitas para serem recitadas, nunca musicadas.
Muitas eu amo a junção (letra e ritmo), têm pessoas que realmente são felizes ao fazer uma bela letra num belo acompanhamento musical. Nisso sei que não estou sozinha, não é mesmo Má? E como são tantas canções amadas, não vou ficar enumerando-as aqui. Vou postando em doses homeopáticas, ok??