No primeiro dia de aula, na Logística, costumo e gosto de trabalhar “Logística é música para meus ouvidos” texto de Rodrigo Acras que escreve para a revista Mundo Logística. O engenheiro em comento escreve muito bem as suas matérias, mas é com tal texto que ele me parece ter sido mais feliz, pois relaciona brilhantemente seu trabalho com músicas, com o rock.
Como sempre digo para minhas crianças (meus alunos são crianças para mim), toda profissão tem seus altos e baixos, seu lado positivo e negativo; tem dia que estamos no paraíso e tantos outros, não. Reitero, não se escolhe uma profissão por estatística de mercado. Logística está em alta, Letras não. Isto não deve ser fator preponderante para escolher ser um tecnólogo em Logística ou para deixar de querer ser um professor. Deve-se considerar o amor, a paixão. Amar aquilo que faz é primordial para seguir mesmo quanto tudo parece estar em caos. Foi o que gostei no texto do Acras, ele mostra que é apaixonado por aquilo que faz.
Como sempre digo para minhas crianças (meus alunos são crianças para mim), toda profissão tem seus altos e baixos, seu lado positivo e negativo; tem dia que estamos no paraíso e tantos outros, não. Reitero, não se escolhe uma profissão por estatística de mercado. Logística está em alta, Letras não. Isto não deve ser fator preponderante para escolher ser um tecnólogo em Logística ou para deixar de querer ser um professor. Deve-se considerar o amor, a paixão. Amar aquilo que faz é primordial para seguir mesmo quanto tudo parece estar em caos. Foi o que gostei no texto do Acras, ele mostra que é apaixonado por aquilo que faz.
Voltando ao primeiro dia de aula na Log. B, 1º semestre, noturno. Meus alunos ficaram incumbidos de fazer uma produção semelhante a de Rodrigo Acras, ou seja, deveriam me relatar histórias de amor à Logística, relacionando as com música, não necessariamente rock, mas no estilo que lhes agradassem; e foram tantos os gêneros... sertenejo, MPB, pagode, samba, até punk! “Log. é punk” (em todos os sentidos) concluiu o aluno Alexandre M. Alves. Para outro aluno, diretor de escola de samba, que agora deveria estar no 4º semestre, log. provavelmente seja um carnaval... um mundo de fantasias, um samba enredo para ser cantado em alto e bom tom no sambódromo paulistano. Mas isso não vem ao caso agora...
Foram vários os textos que me chamaram a atenção, meus alunos são lindos e criativos, mas foi o do Jorge Luiz (só faltou o sobrenome Borges para ser homônimo quase perfeito do escritor argentino) que se destacou, ao meu ver. Por isso resolvi postar o texto dele aqui no meu blog (com autorização dele, é claro); fiz algumas modificações (acréscimos e supressões e correções). Vejam se não é perfeito!
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Mais um dia de conferente
Você já teve aquela sensação de que sua vida parece perfeita a trechos de músicas? Pois bem, minha vida sempre começa desse jeito: “todos os dias quando acordo não sei o tempo que passou” (Legião Urbana), mas tenho certo, o tempo voou e eu devo estar muito atrasado.
É incrível, eu sempre acordo atrasado para o trabalho; nesta hora eu pulo da cama como um “maluco beleza” (Raul Seixas), corro até a cozinha, preparo um Toddy, sabor que alimenta, tomo um banho e saio como um desesperado para a estação Quitaúna [que fica no Mágico mundo de Oz (asco)]. Lá fico sentado, ouvindo no meu mp3 player... “ói, ói o trem, vem surgindo” (também do Raul)... vem surgindo nada!!!
É incrível, na vida real, o trem nunca chega quando a gente quer e a espera se tona uma eternidade quando se está atrasado.Foram vários os textos que me chamaram a atenção, meus alunos são lindos e criativos, mas foi o do Jorge Luiz (só faltou o sobrenome Borges para ser homônimo quase perfeito do escritor argentino) que se destacou, ao meu ver. Por isso resolvi postar o texto dele aqui no meu blog (com autorização dele, é claro); fiz algumas modificações (acréscimos e supressões e correções). Vejam se não é perfeito!
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Mais um dia de conferente
Você já teve aquela sensação de que sua vida parece perfeita a trechos de músicas? Pois bem, minha vida sempre começa desse jeito: “todos os dias quando acordo não sei o tempo que passou” (Legião Urbana), mas tenho certo, o tempo voou e eu devo estar muito atrasado.
É incrível, eu sempre acordo atrasado para o trabalho; nesta hora eu pulo da cama como um “maluco beleza” (Raul Seixas), corro até a cozinha, preparo um Toddy, sabor que alimenta, tomo um banho e saio como um desesperado para a estação Quitaúna [que fica no Mágico mundo de Oz (asco)]. Lá fico sentado, ouvindo no meu mp3 player... “ói, ói o trem, vem surgindo” (também do Raul)... vem surgindo nada!!!
Finalmente chega o bendito trem, mas como uma casa de show: lo-ta-do; nesta casa eu não gostaria de entrar, no entanto, como diz Arlindo Cruz: “o show tem de continuar” e lá vou eu. Tempos depois chego ao serviço, vejo o meu chefe com aquela cara de Ozzy a ponto de arrancar a cabeça de um morcego. Observação! O morcego nessa hora sou eu!! Então mais que de pressa, corro até meu armário, visto meu casado, pego minha prancheta e corro para o pátio, que a esta altura do campeonato, torna-se meu palco. Como um astro de rock sou cercado por uma multidão, não de lindas mulheres loucas para me arrancar um pedaço ou pedir autógrafo; sou cercado por motoristas desesperados para fazer suas entregas e receberem seus fretes (ah! Meu autógrafo é nas capas de lote). Putz, nessa hora me lembro do Tiririca, acho que ele diria: “Qualé? Qual foi? Por que tu tá nessa?”... por que amo isso, só assim.
“Olho para além do horizonte” (Roberto Carlos e Erasmo Carlos), lembro-me de que hoje é sexta-feira... “ah quando o sol se for, meu amor, hum...” (Detonautas). De repente surge o melhor som, hora de ir embora: “estamos indo de volta para casa” (Legião Urbana). Novamente vou à estação, novamente escuto a canção “ói, ói o trem”, aí eu penso: “Maluco, na vida real, o trem nunca chega quando a gente quer”.